Eduardo Lourenço - Uma vida pela justiça, uma morte completamente injusta!


Eduardo Lourenço é um homem enorme! É, e sempre será, um Homem Enorme! Um homem de valores que sempre defendeu a justiça, o bem comum e Odivelas. Um homem de causas, apaixonado, integro, sincero que nunca se calou na defesa do que sentia como correcto e justo, que nunca teve medo de dizer o pensava, que acreditava na liberdade no sentido comunitário, no associativismo. É um homem de Odivelas e hoje a cidade ficou mais pobre, a justiça ficou mais pobre, a esperança ficou mais pobre, o futuro ficou mais triste... muito mais triste!

"Se uma pessoa está certa e sabe disso, deve falar. Mesmo que seja uma minoria de um, a verdade ainda é a verdade" (Mahatma Ghandi)

 

 

 

 

Eduardo Lourenço não morreu, foi morto e todos temos culpa!

 

"É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança" (provérbio africano) 

Tem culpa o jovem que o matou, os amigos do jovem que com ele estavam, os pais desses jovens todos, os professores desses jovens, as pessoas de Odivelas, cento e vinte mil habitantes numa cidade que deixa isto acontecer... Todos temos culpa: Eu tenho culpa. Eu tenho culpa porque sou pai, tenho culpa porque sou professor, tenho culpa porque moro em Odivelas. E a educação dos jovens é tarefa de toda a aldeia!

Um jovem que não foi educado no respeito pelo outro, nos valores sociais, na vida em comunidade, que agride e mata uma pessoa mais velha porque pode, porque é seu direito, porque é a sua liberdade fazer o que quer... É meu filho, é meu aluno, é meu vizinho. Nós dissemos-lhes que Abril lhe trouxe a liberdade, mas era a liberdade de viver não a liberdade de matar, meu Deus! Falhámos todos e continuamos a falhar, porque os jovens da nossa aldeia matam, porque os jovens da nossa aldeia acham que podem tudo - e podem - porque não passamos valores que fazem de nós humanos à nova geração: solidariedade, tolerância, respeito, educação!  


Eduardo Lourenço morreu de pé!

"Existem muitas causas pelas quais estou preparado para morrer, mas nenhuma causa pela qual estou preparado para matar" (Mahatma Ghandi)

Tive o privilégio de conhecer Eduardo Lourenço há quatro anos. O que nos aproximou foi o idealismo e o sonho, a vontade de anunciar o bem e denunciar o mal. A primeira causa que ele me apresentou foi o Odivelas FC, com um brilho nos olhos contou-me a alegria que viveu no clube, as pessoas, os jogadores, o peso que o clube teve em várias gerações de atletas e na população de Odivelas. Procurou sempre a justiça, tentou criar pontes, propôs compromissos e soluções, mas nunca se calou. Ele acreditava na justiça e pela justiça sempre lutou, nunca se calou porque acreditava, acreditou até ao fim.
Eduardo Lourenço admirava o trabalho desenvolvido pela AMJA - Associação de Moradores de Jardim da Amoreira, andava a pensar replicar o modelo no Chapim e Ribeirada. Acompanhava sempre as iniciativas, as intervenções públicas, os projectos e as publicações - era um Amigo! Inconformado com o que estava mal, propunha soluções, reclamava... até ao fim! Não seria capaz de matar ninguém pelas suas convicções, mas morreu por elas!

Foi uma morte injusta! Podem dizer-me que há outras mortes injustas e que o rapaz não tinha intenção de o matar... até podem dizer-me, mas eu não me conformo!

 

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